domingo, 8 de junho de 2008

Porquê usar piano em Bach?

Responde Glenn Gould:

Glenn Gould - Variações Goldberg

Dedos, dedos, dedos... Aqui fica um vídeo de boa qualidade, em quatro partes: a primeira tem a aria e as variações 1 a 7; a segunda as variações 8 a 14; a terceira tem apenas a variação 25; e a quarta tem as variações 26 a 30 e aria da capo.

Este é o Gould maduro, o da segunda gravação da obra.

Faltam as variações 15 a 24, mas - que diabo! - não há mundos perfeitos!

(Actualização: já depois de escrecer este texto, o leitor jvn enviou a sessão completa num só vídeo, que aqui fica, incluindo as variações em falta. Agradeço-lhe muito. Afinal, há mundos um pouco mais perfeitos.)

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Vers la Flamme, de Scriabin

"Very difficult, very difficult", diz Horowitz...

Especial atenção aos últimos três minutos.


sábado, 1 de março de 2008

Bom fim-de-semana...

...com esta gravação de 1919 em que o lendário flautista Philippe Gaubert toca a conhecida Badinerie da suite BWV 1067 e enconsta a um canto boa parte das gerações seguintes.

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Danças Húngaras de Brahms - Versão para piano - Katia e Marielle Labèque

Estou a ouvir um disco muito bom, que não ouvia há uns tempos: as danças húngaras de Brahms, numa adaptação para piano a quatro mãos. Há aqui muito ritmo, muita técnica e uma indisfarçável alegria a tocar. A interpretação é das gémeas Labèque, Katia e Marielle (o que explica o ritmo, a técnica e a alegria), cujo site pode ser encontrado aqui.
E falando em danças húngaras de Brahms, já que não conheço nenhum vídeo online das irmãs Labèque a interpretá-las, podemos ficar com uma outra versão, para piano e violino. Para que não fiquem a perder, escolhi uma tocada por Yehudi Menuhin. Aqui fica a 5.ª dança, talvez a mais conhecida.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Master classes #7

Para terminar esta série sobre master classes, ficamos com Rubinstein e a primeira balada de Chopin.














quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Master classes #6

Maxim Vengerov, numa master class sobre o "Capricho Basco", de Sarasate.



quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Master classes #5 - Agora, uma de fazer cair o queixo!

Uma master class completa (são duas horas, repartidas por 14 vídeos) de Jorge Bolet sobre o 3.º concerto de Rachmaninov. É preciso dizer mais?



























terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Master classes #4

Regresso às master classes, regresso a Bach e regresso às suites para violoncelo. Agora a aula é sobre o Prelúdio da primeira suite, e o mestre é Paul Tortelier. Como bónus, interpreta o dito Prelúdio, no final do vídeo.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Master classes #3

Continuando a série de master classes memoráveis, aqui fica uma de Andrés Segovia, em 1965.



domingo, 27 de janeiro de 2008

Master classes #2

Ainda estão numa de master classes memoráveis? Pois continuemos! Preparei uma série de 7, escolhidas a dedo.
Esta aqui, que é a segunda, traz-nos Pablo Casals ensinando a terceira suite para violoncelo de Bach. O som não é o melhor, mas garanto que rapidamente se esquecerão disso.
"You must know that the purists are scandalised because I do that. It seems that in the Bach time the staccato didn't exist. Say the purists... But don't be afraid."
Publicarei as próximas durante esta semana.

domingo, 20 de janeiro de 2008

Beethoven - Sonata "ao luar"... ou talvez não - Master class de András Schiff

Talvez o amigo leitor saiba que a sonata op. 27, n.º 2, em dó sustenido menor, de Beethoven, não foi por ele chamada "sonata ao luar". O nome, que pegou bem, como se sabe, talvez tenha influenciado muitos sobre o sentido a dar à interpretação.
Mas ainda que saiba isto, há muito mais para ouvir nestes 27 minutos de uma master class de András Schiff sobre a dita sonata "ao luar". É um "vídeo" do Youtube, mas só tem áudio. E vale muito a pena.


quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Alexander Romanovsky

Alexander Romanovsky é um pianista de origem ucraniana, ainda jovem. Dele sei apenas que ganhou o Concurso Busoni em 2001 e que lançou, em Outubro de 2007, o seu primeiro disco numa editora de peso - a Decca, neste caso.
Não tenho ainda o disco (conto suprir a falta em breve), mas estou muito curioso, depois de espreitar uma interpretação sua da conhecida Badinerie da Suite BWV 1067, de Bach, num arranjo para piano que não tinha ouvido antes (será do próprio pianista?) e que me deu vontade de conhecer mais.
Aqui fica, então, uma versão da Badinerie muito... badinée.


quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Um presente de Natal


Neste Natal, entre outros presentes, recebi uma estonteante Missa em Si menor, de J. S. Bach, Bwv 232, por Masaaki Suzuki e o Bach Collegium Japan.
Tem críticas muito boas (v.
Times Online e Classics Today, por exemplo), e, diga-se, inteiramente justas.
Tendo já ouvido uma boa parte
das mais conhecidas versões da obra, não hesito ao afirmar que esta ombreia com as melhores. É, aliás, uma forte candidata ao primeiro lugar, embora, na verdade, quando a luta está (para mim) entre Suzuki, Leonhardt, Herreweghe e Gardiner, podemos facilmente resvalar o critério mais para o gosto do que para a qualidade.

Não há dúvida: Masaaki Suzuki é muito, muito bom. Como os melómanos atentos saberão, está a gravar a integral das cantatas de Bach (vai no volume 37, parecendo-me que ultrapassará os 50) e o que ouvi, até agora, deste grupo de gravações é, por regra, de primeiríssima escolha.

A orquestra toca belissimamente, mas os solistas são de cortar a respiração (neste disco, o Super Audio vale a pena).

Há quem aponte a Suzuki um estilo demasiado melífluo, o que não me parece ajustado.

É "grande", sólido, coerente e belissimamente executado. É o que há a saber. O resto só se percebe ouvindo.

sábado, 24 de novembro de 2007

Scott Ross

Scott Ross foi um grande cravista, prematuramente falecido, em 1989, com apenas 38 anos.
Nascido nos Estados Unidos, viveu a maior parte da vida em França.
Se mais nada fosse, sempre lhe ficaríamos a dever a primeira gravação, pela mesma pessoa, da integral das sonatas de Scarlatti (555 peças), que demorou 18 meses, em pareceria com a Radio France (foram mais de 8000 takes, ao que dizem).
Aqui fica a sonata K209, tocada pelo próprio, num cravo fabricado por David Ley (famoso construtor de cravos, do qual pode ler-se uma entrevista aqui).



O relato do último ano de vida de Scott Ross é de registar. Doente, com HIV e outros males que se lhe associam, não quis parar. Aqui fica, retirada desta fonte, uma transcrição da sua biografia, escrita por Michel Proulx, nessa parte:

"From then on, he did nothing but tour and record, and from records to concerts, rapidly becoming the most media covered harpsichordist, to the point of attracting to the instrument, thanks to his performance, a variegated public of which a good part should never have got interested in the harpsichord but for him.

But already there was an urgency. When Catherine Perrin saw him in 1984, at a time when the rumour about AIDS was swelling in a terrifying rumble, he confided with her of his fears. He actually had had bronchitis, the winter before, which had degenerated in pneumonia, and knowing that this was one of the associated diseases, he said he was “mort de trouille” (he got the wind up). And he added that he didn’t want to do the test because he was sure to get confirmation of his fears. There may lie part of the reason for the intense activity which he spread during his last years.

In April 1989, he went to Rome, at the Villa Médicis, where he gave a masterclass for the French Television. One can see him very thinned down and weakened by the attacks of the disease. As he had no Social Security (Medicare), he did not take care of himself well, and it is also possible that he saw no good reason for looking after himself correctly. I have been told that he took whatever he could find as medicine, and one might speculate that (but what is it that couldn’t be done with ‘ifs’) maybe he would have survived, with good medical care.

Actually, he was an illegal alien for the French administration who wanted to have him expelled, and would have, had it not been for the intervention of some friends of him, of which some influent members of the Regional Council for Culture, who represented the Prefect how silly he would have looked for the media, if this happened.

In the course of his last months, he was looked after by his friends, especially David Ley, harpsichord maker, who had built his second double manual instrument, and Monique Davos, who had been an assistant director for the first Festival de Radio-France et de Montpelier, in 1983. According to testimonials, there was a sort of competition between both these persons for the care of Scott, and Mrs Davos was an advocate of the use of intensive medication. It seems that this was the cause of a Homeric struggle between her and those who wished him to die in peace. It was James Ross Jr. who finally brought Scott back to Assas, by the end of May.

On the following June 13, he passed away in his little house in Assas. His brother James, who had insisted upon coming to see him, assisted him right at the end. As, obviously, Scott had prepared nothing for the circumstances, it is James who took care of everything and it is he who asked for the rights of his records to be paid to the profit of an organization devised to help young harpsichordists. Unfortunately, I could find no trace of that organization, if ever it existed, nor could I trace back Scott’s brother who seems to have vanished in the haze.

After the cremation at the Grammont Funeral Center in Montpelier, Scott’s ashes were dispersed over the village of Assas from a small aircraft, according to his last wishes."

Horowitz toca a "Fantasia Carmen"

E, se calhar, não vale a pena dizer mais nada.

Ando a ouvir isto (*)


E está um espanto!

(*) Esta é a capa do vinil, na primeira edição, mas a gravação está nas edições económicas da EMI Classics.

Sai outro 3.º concerto de Bartók!

Deixei aqui, há tempos, uma gravação fresquíssima (de 2007) de Martha Argerich a tocar o 3.º concerto de Bartók.
Aqui fica, agora, uma outra versão do mesmo concerto de que gosto muito (embora não seja a minha favorita), com o pianista
Zoltán Kocsis. O maestro é János Ferencsik (não reconheço a orquestra).



quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Toca a acordar...

...de algum tempo sem posts!
E, para acordar, nada melhor do que virtuosismo sem travões.
Maxim Vengerov toca "La Ronde des Lutins", de Antonio Bazzini. Segurem-se na parte final...


sábado, 22 de setembro de 2007

Foi você que perguntou...

...se Martha Argerich continua a ser uma pianista de topo?
Para sabê-lo, nada melhor do que vê-la e ouvi-la numa gravação deste ano (aconteceu no Japão, a 14 de Abril, no Festival que organiza, todos os anos, em Beppu, apoiado pela sua fundação), tocando o concerto para piano n.º 3 de Béla Bartók. Acompanha-a a Toho Gakuen Orchestra, dirigida por Yuri Bashmet.
O vídeo pode ser encontrado aqui (com muito
melhor qualidade de som e downoadable!) e também, no YouTube, em três partes, que abaixo se apresentam, aqui, aqui e aqui.






quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Gil Shaham

Um dos meus violinistas preferidos é, sem dúvida, Gil Shaham. Tem, sobre muitos dos outros, a enorme vantagem de estar vivo. Tem ainda 36 anos, pelo que ainda terá muito para gravar. Curiosamente, a irmã também se dedica à música: é a pianista Orli Shaham.
Toca belissimamente.
O meu primeiro contacto com ele foi
através da gravação que fez dos concertos de Mendelssohn e Bruch, com o já falecido maestro Giuseppe Sinopoli (que teve uma morte trágica enquanto dirigia a Aïda, de Verdi, em Berlim, no ano 2001).
Americano de ascendência israelita, Shaham raia a perfeição, tecnicamente. Enérgico e exuberante, mas sem ponta show-off. Tem muitos momentos em que faz lembrar o inatingível "som Heifetz".
Para além disso, é muito, mas mesmo muito simpático. Vi-o ao vivo na Gulbenkian e agia, com toda a naturalidade, como se fosse, para ele, um privilégio estar com o público.
Do muito (e bom) que se encontra na internet deste intérprete, deixo aqui três vídeos. Nos dois primeiros, toca a Fantasia Carmen, de Sarasate. No terceiro, o último andamento do concerto de Brahms.
Para além disso, está disponível todo (todo!) o 2.º concerto de Béla Bartók, em seis partes. A primeira, estranhamente, não pode ser colocada directamente nesta página (está aqui), mas deixei as outras cinco logo após os três vídeos já referidos.
É ouvir para crer...

















terça-feira, 11 de setembro de 2007

Elegia às vítimas de Hiroshima - uma obra perturbadora de Krzysztof Penderecki

Krzysztof Penderecki é um conhecido compositor contemporâneo, que completará, em Novembro, 74 anos.
Uma das primeiras obras a chamar a atenção do mundo musical para Penderecki foi a "Elegia às vítimas de Hiroshima" (ou "Treno às vítimas de Hiroshima"), para 52 instrumentos de corda.
Com ela, o compositor conquistou o terceiro lugar no concurso Grzegorz Fitelber de composição, em 1960, na cidade de Katowice, na Polónia.
Curiosamente, a obra não foi pensada, desde o início, como sendo dedicada às vítamas da bomba atómica, mas, com a sua incrível carga dramática, é fácil perceber a razão da ligação que o compositor quis estabelecer, quando a ouviu interpretada pela primeira vez.
Durante toda a execução, os instrumentos parecem imitar gritos de dor e intensa aflição.
É uma das obras mais perturbadoras que conheço, ao que não será alheio encontrar-se ligada ao tema em causa. No YouTube, encontrei um vídeo. Não o deixo aqui directamente, pois combina a música de Penderecki com imagens das vítimas. Para quem ainda assim, tiver curiosidade, aqui fica a ligação.

Viktoria Postnikova

Viktoria Postnikova é uma pianista russa que ganhou o Concurso Internacional Chopin de Varsóvia, o Concurso de Piano de Leeds, o Concurso Internacional Vianna da Motta e o Concurso Tchaikovsky. É casada com o maestro Gennady Rozhdestvensky.
Recomendo vivamente ouvi-la. Se não me engano, já esteve no Festival de Espinho. Ainda não vi se vem à Gulbenkian em 2007/2008, mas já lá esteve antes.
Neste vídeo, podemos vê-la em concerto, após vencer o Concurso Tchaikovsky, em 1970, tocando uma parte do concerto n.º 1 de Prokofiev.

Ligações:

sábado, 1 de setembro de 2007

Cziffra

Acabei de ouvir, na Classic FM, o Georges Cziffra a tocar uma valsa de Chopin. Que pianista excepcional! Dele, recomendo também as rapsódias de Liszt, editadas pela EMI Classics numa colecção económica (ainda por cima...).

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Sinfonias de Brahms: uma interpretação excepcional




Das muitas interpretações que já ouvi das quatro sinfonias de Brahms, a melhor é, de longe, a de Bruno Walter, com a orquestra de Columbia. A Sony disponibiliza-as em 3 CDs (ver aqui: 1, 2 e 3), com algumas obras extra à mistura (as variações sobre um tema de Haydn e a abertura para festival académico, no primeiro; a abertura trágica e a canção do destino, no terceiro). Walter mostra-se, aqui, como um excelente maestro romântico, sendo de pasmar a mão que tem na orquestra, perfeitamente perceptível. A gravação é excelente, muitíssimo bem recuperada, não dando indícios de ser tão antiga (entre 1959 e 1961). São, sem dúvida, dos melhores CDs que tenho.
Berlinense judeu nascido em 1876, após um fugaz início como pianista, Bruno Walter começou a sua carreira de maestro na ópera de Breslau, pela mão de Mahler, em 1896, altura em em que deixou de usar o apelido Schlesinger, que denunciava as suas origens judaicas. Passou depois pela Eslováquia, pela Letónia, regressou a Berlim, rumou a Viena, onde se manteve durante o início do século XX, tendo-se naturalizado austríaco. Em 1913 seguiu para Munique e, em 1923, partiu para os Estados Unidos. Entre 1924 e 1933 continuou a sua carreira de sucesso na Europa, mas, nesse ano, o partido nazi começou a boicotar-lhe algum trabalho. Naquele ano, mudou-se para a Áustria. Em 1938, foi para França, cuja cidadania adoptou, após a anexação da Áustria pela Alemanha. Em 1939, partiu, finalmente, para os Estados Unidos, onde viveu até ao fim dos seus dias. As melhores gravações (refiro-me apenas à qualidade sonora) de toda a sua discografia são as dos últimos anos, com a Orquestra Sinfónia de Columbia, embora haja, em MONO, interpretações fabulosas de Mahler (incluindo uma notável primeira gravação que fez da 9ª sinfonia). De entre elas, destacam-se estas gravações de Brahms. Achei curioso encontrar recomendação semelhante na página de um melómano chamado Roland Herrera.
Walter foi também um compositor, durante algum tempo, tendo produzido duas sinfonias, um quarteto, um quinteto, uma sonata, lieder e algumas obras corais.

Discografia de Bruno Walter:
Bach: St. Matthew Passion
Beethoven: Symphonies Nos. 1-9, with the New York Philharmonic, Vienna Philharmonic, Philadelphia Orchestra, and Columbia SO (multiple recordings made from the 1930s- 1960s)
Beethoven: Fidelio
Beethoven: Missa Solemnis
Beethoven: Violin Concerto (two recordings with Joseph Szigeti, one with Zino Francescatti)
Berlioz: Symphonie fantastique, with the NBC Symphony
Brahms: Academic Festival Overture, with the Columbia SO
Brahms: Symphonies Nos. 1-4, Schiksalslied, Tragic Overture, and Haydn Variations with the Columbia SO, Vienna Philharmonic, and New York Philharmonic (two complete symphony cycles: New York Philharmonic, 1953 and Columbia Symphony Orchestra, 1959-61)
Bruckner: Symphonies Nos. 4, 7 and 9, with the Columbia SO
Dvorak: Symphonies Nos. 8 and 9, with the Columbia SO
Haydn: Symphony Nos. 86, 88, 92, 96, 100, and 102 (various orchestras, 1930s to 1950s)
Mahler: Symphony No. 9, (live) with Vienna Philharmonic, Jan 1938
Mahler: Symphony No. 9, with Columbia SO, 1961
Mahler: Symphony No. 1 (live) with the NBC Symphony Orchestra, 1939
Mahler: Symphony Nos. 1, 2, 5 and 9 with the Columbia SO
Mahler: Symphony Nos. 4, 5 with New York Philharmonic, 1945, 1947
Mahler: Adagietto from Symphony No. 5 with the Vienna Philharmonic (1938)
Mahler: Das Lied von der Erde, with the Vienna Philharmonic, Kerstin Thorborg, and Charles Kullman (1936)
Mahler: "Ich bin der Welt abhanden gekommen" with Kerstin Thorborg and the Vienna Philharmonic (1936)
Mahler: Das Lied von der Erde with the Vienna Philharmonic, Kathleen Ferrier, and Julius Patzak (1952)
Mahler: Das Lied von de Erde with the New York Philharmonic, Mildred Miller, and Ernst Haefliger (1960)
Mendelssohn: Violin Concerto with Nathan Milstein and the New York Philharmonic (1945)
Mozart: Le Nozze di Figaro, at the 1937 Salzburg Festival
Mozart: Symphonies Nos 35, 36, and 38-41, with the Columbia SO
Mozart: Symphonies Nos. 38 and 41 with the Vienna Philharmonic (1936 and 1938 respectively)
Mozart: Symphony No. 39 with the BBC Symphony Orchestra (1934)
Mozart: Symphony No. 40 (with the Vienna Philharmonic and Columbia Symphony orchestra, 1930s and 1950s)
Mozart: Eine kleine Nachtmusik (two recordings)
Mozart Piano Concerto No. 20 (pianist and conductor)
The Birth of a Performance (Rehearsals and a complete performance of Mozart's Symphony No. 36) with the Columbia Symphony Orchestra
Mozart: Don Giovanni, with the Metropolitan Opera
Mozart: The Marriage of Figaro, with the Salzburg Festival 1937
Schubert: Symphonies Nos. 5, 8 (7) in b "Unfinished," 9 (8) in C, "Great C Major" - various recordings in Europe and US
Schumann: Symphony No. 3, "Rhenish," with the New York Philharmonic (1940s)
Smetana: The Moldau
J. Strauss, Jr. Waltzes, polkas, overtures, etc. with the New York Philharmonic and Vienna Philharmonic (1930s and 1950s)
R. Strauss: Don Juan,
Verdi: La Forza del Destino
Wagner: Meistersinger Overture
Wagner: Prelude and Liebestod from Tristan und Isolde
Wagner: Die Walküre Act I and portions of Act II in Vienna
Wagner: Siegfried Idyll - Vienna Philharmonic, 1930s, and Columbia Symphony, 1950s
Wagner: "Im Treibhaus" (Walter on piano accompanying Flagstad).


Mais informação:
-
Página da wikipedia sobre Bruno Walter.
-
Página da Fundação em Memória de Bruno Walter.
-
Biografia de Bruno Walter, "Bruno Walter: A World Elsewhere", por Erik Ryding e Rebecca Pechefsky.
-
DVD "Bruno Walter - The Maestro, The Man".
-
Análise detalhada da discografia de Bruno Walter, por um fã japonês, Masayosci Takemoto.

Vídeo:
-
Walter ensaiando o último andamento da 2.ª sinfonia de Brahms (a não perder! - sigam o link, porque o YouTube não deixa colocar este vídeo directamente no blog).

terça-feira, 7 de agosto de 2007

"Eu é mais judeus", diz... Hitler?!

Foram recentemente descobertos discos de Adolf Hitler, noticia o Times Online. E o que se encontrava lá? Wagner? Claro, mas isso não é notícia. O mais interessante foi encontrar interpretações e obras de músicos judeus e russos. Nos compositores, encontram-se Tchaikovsky, Borodin e Rachmaninov. Uma interpretação do concerto para violino de Tchaikovsky que Hitler supostamente apreciava era do violinista judeu Bronislaw Huberman (fundador da Orquestra da Palestina, que deu origem à Orquestra Filarmónica de Israel). Também a sonata n.º 8 de Mozart apareceu numa interpretação do pianista judeu Artur Schnabel.

Links:
-
Notícia do Times Online.
- Página da wikipedia sobre Artur Schnabel.

Documentação - pequenos vídeos de Schnabel e Huberman.




segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Beethoven - Concertos para piano 1 e 4 - Lang Lang - Cristoph Eschenbach - Orquestra de Paris


Já o ouvi, de fio a pavio.
É um disco que vou ouvir mais vezes, com uma interpretação muito boa de Lang Lang.
Continuo a não perceber as razões do desagrado de alguns com as interpretações de Lang Lang (leiam-se, por exemplo, as críticas aos seus discos pelos leitores da Amazon). A principal acusação de que é alvo refere um nível técnico elevado que não encontra paralelo numa compreensão intelectual-cultural-racional da obra. No fundo, técnica sem alma. Ora, foi precisamente a percepção contrária que, desde as primeiras audições, me surpreendeu no pianista. Parece-me - ainda que, ocasionalmente, ceda a algum show-off (e quantos consagrados empolgados não o fizeram?) - um intérprete que pensa as obras e, à sua maneira, sente-as muito para além da técnica. Neste particular, continua a convencer-me bem mais do que o outro consagrado chinês, Yundi Li.
Não pode dizer-se que este seja um disco para cinco estrelas, mas, quanto a mim, são quatro estrelas seguras. Quanto à técnica, continuamos a encontrar a força, o som límpido, "as notas todas", claras e definidas e a aparente simplicidade dos segmentos de execução mais complexa.
Quanto ao "resto", e especialmente no que diz respeito ao quarto concerto (o mais difícil de interpretar), não será, eventualmente, a interpretação mais madura e profunda que já ouvi, mas é suficientemente interessante para vermos nela algo mais do que a demonstração técnica de um menino-prodígio.
A comprar. A ouvir. A repetir.

sábado, 4 de agosto de 2007

E já que falamos do 5.º Brandeburgo...

...podemos dar um salto olímpico de estilo e ouvi-lo em versão jazz, pelo famoso trio Jacques Loussier, ao vivo em Munique, em 1989. Durante muito tempo, pensei que Loussier era um pianista de jazz convertido a alguns sons da música clássica. Curiosamente, é o contrário: um pianista de formação clássica rendido à transfiguração da música para versões jazz.

Link:
Webiste oficial de Jacques Loussier.

A formação que toca aqui (Piano: Jacques Loussier; Contrabaixo: Vincent Charbonnier; Bateria: André Arpino) não é a original do agrupamento de Jacques Loussier - denominado "Play bach Trio" -, que data de 1959 e incluía inicialmente Pierre Michelot em contrabaixo e Christian Garros na bateria. Este trio separou-se em 1978. A formação actual data de 1985.

Ambos os "trios Loussier" deixam muitos discos:
2006 - Bach: The Brandenburgs (Telarc CD-83644)
2005 - Mozart Piano Concertos 20/23 (Telarc CD-83628)
2004 - Impressions of Chopin's Nocturnes (Telarc CD-83602)
2003 - Beethoven: Allegretto from Symphony No. 7: Theme and Variations (Telarc CD-83580)
2002 - Handel: Water Music & Royal Fireworks (Telarc CD 83544)
2001 - BAROQUE FAVORITES. Jazz Improvisations: Works by Handel, Marais, Scarlatti, Marcello, Albinoni (Telarc CD 83516)
2000 - PLAY BACH No 5 (DECCA 159 194-2)
2000 - PLAY BACH AUX CHAMPS ELYSEES (DECCA)
2000 - PLAY BACH No 4 (DECCA 157 893-2)
2000 - PLAY BACH No 3 (DECCA 157 892-2)
2000 - PLAY BACH No 2 (DECCA 157 562-2)
2000 - PLAY BACH No 1 (DECCA 157 561-2)
2000 - PLAYS DEBUSSY (Telarc CD 83511)
2000 - BACH'S GOLDBERG VARIATIONS (Telarc CD 83479)
2000 - BACH BOOK ANNIVERSARY (Telarc CD 83474) Compilation "Play Bach 93"
1999 - RAVEL'S BOLERO (Telarc CD 83466)
1998 - SATIE (Telarc CD 83431)
1997 - JACQUES LOUSSIER PLAYS VIVALDI (Telarc CD 83417)
1996 - LUMIERES "Messe Baroque du 21ième siècle" (Note productions CD 43707)
1995 - JACQUES LOUSSIER PLAYS BACH (Telarc) Compilation "Play Bach 93" et "Les Thèmes en Ré" (Note Productions)
1994 - PLAY BACH AUJOURD'HUI Les Thèmes en Ré (Note Productions CD 437000-4)
1993 - PLAY BACH 93 Volume 1 (Note Productions CD 437000-2)
1993 - PLAY BACH 93 Volume 2 (Note Productions CD 437000-3)
1990 - LUMIERES "Messe Baroque du 21ième siècle" (DECCA CD 425217-2)
1988 - The Greatest Bach Partita No.1 in B Flat Major BWV 825 - Orchestral Suite No.2 in B Minor BWV 1067 (Limelight CD 844 059-2 Decca Record Company)
1988 - BRANDENBURG CONCERTOS (Limelight-Japan CD 844 058-2 Decca Record Company)
1987 - BACH TO BACH (Start CD Original Live in Japan SMCD 19)
1987 - JACQUES LOUSSIER LIVE IN JAPAN (King Record Japan CD original Live K32Y 6172)
1986 - BACH TO THE FUTURE (Start CD SCD2)
1985 - THE BEST OF PLAY BACH (Start STL6)
1982 - PAGAN MOON (CBS CB271)
1979 - PULSION SOUS LA MER (DECCA 844 060-2)
1979 - PULSION (CBS 84078)
1974 - JACQUES LOUSSIER ET LE ROYAL PHILARMONIC ORCHESTRA (DECCA PFS 4176)
1974 - JACQUES LOUSSIER AT THE ROYAL FESTIVAL HALL (Philips 6370 550 D)
1973 - JACQUES LOUSSIER TRIO "6 master pieces" (Philips 6321-100)
1972 - DARK OF THE SUN (MGM SE-4544ST)
1965 - PLAY BACH AUX CHAMPS ELYSEES (DECCA coffret 2 albums SSL40.148)
1964 - PLAY BACH No 5 (DECCA SSL 40.205 S)
1963 - PLAY BACH No 4 (DECCA SSL 40.516)
1962 - JACQUES LOUSSIER JOUE KURT WEIL (RCA 430-071)
1959 - PLAY BACH No 3 (DECCA SSL 40 507)
1959 - PLAY BACH No 2 (DECCA SSL 40 502)
1959 - PLAY BACH No 1 (DECCA SS 40 500)







quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Gould e as premonições de Olavo

Com um notório exagero - que só a amizade explica - o Olavo anunciou a abertura deste blog no Andróide Paranóide. Curiosamente, acertou num vídeo que me pareceia de presença obrigatória por cá: o quinto Brandeburgo, de Bach, interpretado pelo Glenn Gould.
Quem conhece a obra mas não esta interpretação e saliva já de curiosidade quanto à cadência do primeiro andamento pode passar já directamente para o segundo vídeo, que começa precisamente nesse ponto da obra.





"They Shall Have Music"

Quem um dia der de caras com este filme de 1939,

se, por acaso, for melómano, poderá ter a agradável surpresa de encontrar nada mais nada menos do que Jascha Heifetz, tocando a Introdução e Rondò Capriccioso de Saint-Saëns. Aqui fica o excerto em causa, para delírio (ou depressão) de qualquer violinista.




quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Um pack da Fantasia-Improviso op. 66, de Chopin

Junto aqui algumas interpretações diferentes da Fantasia-Improviso op. 66 de Chopin. Por ordem, estão ao piano:
- Rubinstein (será necessário dizer que a interpretação está muito boa?);
- Hofmann (idem, mas com aquele som de caixote da era mono);
- Tatiana Shebanova;
- Kissin; e
- Yundi Li.

Encontram-se outras no YouTube, mas a maior parte não é grande coisa, para além de haver bastantes amadoras (o arranque da peça apela ao show-off).

Para terminar, e já que falei da Naxos há dias, há boas gravações de Chopin, naquela etiqueta (incluindo este op. 66), pela
pianista Idil Biret.









E já que lá vão dois posts sobre o quarto concerto de Beethoven,

porque não ficar com o terceiro andamento (mais uma vez), desta feita pelo Rubinstein?

Novo disco de Lang Lang

Aqui fica a página especial da Deutsche Grammophon para promoção do novo disco de Lang Lang, que toca os concertos números 1 e 4 de Beethoven, acompanhado pela Orquestra de Paris, dirigida por Cristoph Eschenbach. Na página de promoção há vídeos e excertos.
Pelo que ouvi, isto promete...

Cláudio Arrau - 3.º andamento do 4.º concerto de Beethoven

O chileno Cláudio Arrau foi um dos "pianistas do século". Filho de uma pianista amadora e de um oftalmologista, nasceu em Chillán, em 1903. Morreu em 1991.
A página da wikipedia dele tem mais algumas informações, bem como esta outra.
Fica aqui um cheirinho do mestre, a tocar o terceiro andamento do 4.º concerto para piano de Beethoven.
Embora Arrau não seja o meu "number 1" dos concertos de Beethoven - a honra irá, talvez, para o Serkin - está muito bem aqui. A orquestra é a Philarmonia, creio, com Muti à frente.

quinta-feira, 26 de julho de 2007

Um desafio para abertura - Bons discos da Naxos: será possível?

Não tenho muitos discos da Naxos, um pouco por preconceito (é verdade, apesar de não ser justo), e um pouco porque alguns discos que ouvi me desiludiram profundamente. Depois de ouvir os consagrados nas etiquetas principais, a desilusão inicial pode tirar-nos toda a vontade de explorar mais e empurrar-nos para a solução fácil de só ouvir o Rachmaninov do Horowitz ou o Sibelius do Heifetz.
No entanto, após algumas conversas animadoras com pessoas que tiveram mais sorte (ou paciência) que eu nas audições, resolvi contrariar a minha primeira falta de curiosidade. Que diabo: uma etiqueta com mais de 5000 títulos tem de ter coisas boas, que escapam às malhas dos "grandes", por qualquer razão, e, com CDs a 5 euros, pode valer a pena procurar.
Resolvi pagar um ano de acesso online aos CDs da Naxos, no site oficial, com reprodução em stream de qualquer disco do catálogo (20 euros, mais ou menos) e comecei a procurar, cruzando experiências minhas com relatos de amigos e críticas que encontrei na net.
O primeiro embate não prometeu grande coisa. Ouvi o meu concerto favorito para fagote, de Vivaldi (RV 484, em mi menor). Fiquei mal impressionado, em primeiro lugar, porque a obra não aparece em nenhum dos 4 volumes (
1, 2, 3, 4) da integral (?) dos "concertos para fagote de Vivaldi" da Naxos. Integral? Aqui, só se for o pão...
O dito RV 484 acaba por encontrar-se
num outro CD Naxos, com o título "VIVALDI: Wind and Brass Concertos", numa intepretação de Frantisek Hermann (fagote), acompanhado pela Capella Istropolitana, dirigida por Jaroslav Krecek.
Ouvi.
Não estando mal, é absolutamente pulverizada pela
interpretação que tenho por Klaus Thunemann (fagote) e "I Musici".
Segunda desilusão, portanto, embora menor do que as anteriores.
À terceira, seria de vez?
Foi.
Li mais, procurei melhor, e comecei a encontrar gravações realmente interessantes, principalmente à medida que me afastava das peças mais tocadas (mas não só...).
Vou começar até, neste primeiro post dedicado ao assunto (pois, pelo que vou descobrindo, haverá muitos mais), por uma obra conhecida: a primeira sinfonia de Rachmaninov.
Descobri uma gravação muito boa,
pela Orquestra Sinfónica Nacional da Irlanda, dirigida por Alexander Anissimov. Bem gravado, bem executado. Uma boa surpresa, que recomendo, a que se seguiram outras, de que falarei depois.
Para já, Naxos, aguentas-te na terceira oportunidade...