quinta-feira, 26 de julho de 2007

Um desafio para abertura - Bons discos da Naxos: será possível?

Não tenho muitos discos da Naxos, um pouco por preconceito (é verdade, apesar de não ser justo), e um pouco porque alguns discos que ouvi me desiludiram profundamente. Depois de ouvir os consagrados nas etiquetas principais, a desilusão inicial pode tirar-nos toda a vontade de explorar mais e empurrar-nos para a solução fácil de só ouvir o Rachmaninov do Horowitz ou o Sibelius do Heifetz.
No entanto, após algumas conversas animadoras com pessoas que tiveram mais sorte (ou paciência) que eu nas audições, resolvi contrariar a minha primeira falta de curiosidade. Que diabo: uma etiqueta com mais de 5000 títulos tem de ter coisas boas, que escapam às malhas dos "grandes", por qualquer razão, e, com CDs a 5 euros, pode valer a pena procurar.
Resolvi pagar um ano de acesso online aos CDs da Naxos, no site oficial, com reprodução em stream de qualquer disco do catálogo (20 euros, mais ou menos) e comecei a procurar, cruzando experiências minhas com relatos de amigos e críticas que encontrei na net.
O primeiro embate não prometeu grande coisa. Ouvi o meu concerto favorito para fagote, de Vivaldi (RV 484, em mi menor). Fiquei mal impressionado, em primeiro lugar, porque a obra não aparece em nenhum dos 4 volumes (
1, 2, 3, 4) da integral (?) dos "concertos para fagote de Vivaldi" da Naxos. Integral? Aqui, só se for o pão...
O dito RV 484 acaba por encontrar-se
num outro CD Naxos, com o título "VIVALDI: Wind and Brass Concertos", numa intepretação de Frantisek Hermann (fagote), acompanhado pela Capella Istropolitana, dirigida por Jaroslav Krecek.
Ouvi.
Não estando mal, é absolutamente pulverizada pela
interpretação que tenho por Klaus Thunemann (fagote) e "I Musici".
Segunda desilusão, portanto, embora menor do que as anteriores.
À terceira, seria de vez?
Foi.
Li mais, procurei melhor, e comecei a encontrar gravações realmente interessantes, principalmente à medida que me afastava das peças mais tocadas (mas não só...).
Vou começar até, neste primeiro post dedicado ao assunto (pois, pelo que vou descobrindo, haverá muitos mais), por uma obra conhecida: a primeira sinfonia de Rachmaninov.
Descobri uma gravação muito boa,
pela Orquestra Sinfónica Nacional da Irlanda, dirigida por Alexander Anissimov. Bem gravado, bem executado. Uma boa surpresa, que recomendo, a que se seguiram outras, de que falarei depois.
Para já, Naxos, aguentas-te na terceira oportunidade...